25/06/2009

À espera

Quero um homem, qualquer homem, que tenha a habilidade de me descentrar. Quero um homem, qualquer homem, que saiba me fazer rodopiar na gramática em busca de verbos pagãos. E escorregar na urgência de errar a ortografia da língua no céu da pele. Eu quero este homem acima dos dez segundos de pensamentos que reservo a cada um daqueles que fazem sonhar os meus sentidos.
Este homem existe. Sei que existe. Estou a esperá-lo, ainda que seja preciso um contínuo comprar de ilusões. Ainda que seja preciso transformar meus perfumes em nuvens de tensão. E quando o encontrar, eu o amarei com dentes, língua e devoções. Depois o farei dormir entre meus seios e o cobrirei com o calor da minha satisfação.

*img de autoria desconhecida



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10 comentários:

  1. Parabéns pelo blog prosopográfico.
    Excelentes escritos!

    Bethânia

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  2. Não precisa procurar mais, minha doce Anin. O cavalheiro em questão sou eu.
    SOU EU!

    Beijo.

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  3. entre as pernas, poço úmido, a longa espera

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  4. ANIN ou Nina ou...: esperar é construir o signo da libertinagem.

    Um abraço.

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  5. Quem espera sempre cansa, na falta do certo divirta-se com o errado, rs
    Brincadeira viu, existe sempre alguém certo para a gente, basta observar bem que aparece.
    Obrigado pela visita em meu blogue e pelas palavras, estout e seguindo para não perder o contato, bjs e bom fim de semana.

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  6. Não sou eu
    quem queria ser
    mas o fato de não ser
    me leva mas perto de(o)ser.

    PS: Você cada vez melhor...

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  7. Sabe, menina, há aqui um "quê" que me remete à juventude; à poesia cheia de hormônios. Acho que não nascem apenas nos hiatos da vida diária, mas de uma pressão constante e inadiável em direção a Eros e Vênus. E isso é (muito) bom. Há Vida pulsando aqui.

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  8. Ai meu Deus !! Vou parar de ler por hoje ... senão vou querer postar todas elas lá no BLog !!
    Aleluia !!! E sem falar na de cima que tb gostei imenso ... rs

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  9. .

    Eu não tenho a pretensão de me mostrar como o cavaleiro errante que habita os sonhos das sensitivas. Não quero e não vou dizer que não sou o alvo do teu tiro, mas o dardo que chorando abandona o arco em busca da mosca negra, criatura.
    Não, eu não quero porque não posso dizer que a natureza tem o verde que os meus olhos vêem e o azul do céu onde moram as estrelas não tem o hálito que o colorido céu da minha boca.
    Não, eu não direi o que não quero, mas dez segundo galopando o meu dorso é pouco ou será que é tanto que eu nem sei? Não direi que eu sou o verbo em tempo exato no período ou, a norma culta desta língua que não cala na gramática dos teus versos entre a simetria dos teus brancos dentes que a minha vista ofusca, mas não desgraça a minha vida ensandecida.

    silvioafonso.




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